Ministério da Justiça exonera missionário da coordenação de índios isolados da Funai

O missionário Ricardo Lopes Dias foi exonerado hoje (27) da Coordenação de Índios Isolados da Fundação Nacional do Índio (Funai), cargo que ocupou por apenas nove meses. Ligado à pastora Damares Alves, ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, teve a gestão foi marcada por críticas de entidades indígenas e funcionários da Funai, e por disputas judiciais. 

Dias representava os interesses dos evangélicos que defendem uma mudança na política de proteção aos isolados, como mostra a série de reportagens publicadas por Bocado. O missionário atuou por 10 anos junto à Missão Novas Tribos do Brasil (MNTB), no Vale do Javari, no Amazonas, que abriga a maior concentração de povos isolados do mundo. Para seu lugar, foi nomeado Marcelo Fernando Batista Torres, servidor de carreira que atuou no Acre com essas populações. 

Os servidores da Funai comemoram a queda de Dias. “Estamos felizes, temos expectativa de melhorar a situação, de que se componha uma equipe com experiência no ramo”, relatou um servidor. 

A queda do missionário, segundo fontes indigenistas ouvidas e que aceitaram falar sob condição de anonimato, está relacionada à pressão internacional em relação à Amazônia e à inépcia do governo brasileiro para lidar com os povos isolados e proteger os indígenas em meio à pandemia do Covid-19. “Ele virou um espantalho, odiado pela equipe da própria Funai”, afirma uma fonte do setor.

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